domingo, 22 de junho de 2008

Questionamentos que entortam a cabeça ou para fazer pensar

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal do dia 11/05/2007

 

 


Na coluna desta semana queria convidar você a uma reflexão (na verdade, talvez eu vá só atiçar-lhes a cabeça...). Recentemente tenho lido vários textos sobre música que me fizeram refletir novamente sobre... música. O que ela é? Para que serve? O que faz Mozart ser melhor que Calypso? Será que Mozart não era o Calypso da sua época?


 


(Façamos uma pausa aqui pra um questionamento... devemos pensar tudo dentro de um contexto, certo? Lembremos que somos parte da Cultura Ocidental ou de tradição Ocidental por mais que tenhamos influências negras, indígenas, árabes, etc, nosso modelo de aprendizagem é majoritariamente europeu...)


 


Mais perguntas: se o ritmo Brega é tão ruim (o que eu não acho, com ressalvas...heheh) porque ele ainda sobrevive? Seria a música um reflexo da sociedade ou vice-versa, ou ainda uma estaria ligada a outra e se fosse assim, as duas sempre caminhariam juntas na mesma velocidade?


 


Harnoncourt, maestro e escritor alemão, fala em um de seus textos que até mesmo para escutar música é necessário ter alguma instrução. Não discordo dele. Mas será que a música tem só a função de ser objeto de admiração ou de passar uma emoção/mensagem (no caso de ela conter texto)? O que ele quer dizer é que a pessoa não pode ser um espectador passivo perante a música. Mas será que, hoje, uma pessoa sem conhecimento acadêmico nunca vai entender a complexidade e pioneirismo das obras de Bach sem ter que fazer relação com a época Barroca? Provavelmente não (mas isso é mesmo necessário?).


 


Mas o que mais me chamou atenção nestes textos que li, é algo que diz mais ou menos isso: “a música, sendo de um determinado tempo e retrato deste tempo, é melhor compreendida apenas pelas pessoas do seu tempo”. Se for assim, o que a música de hoje, tempo fragmentado e cheio de “tempos filhotes” nos quer dizer? Que entramos em colapso? Que somos tão diversificados que não conseguiremos um diálogo convincente?


 


Estou aqui a pensar... não achei ainda a resposta. Talvez não a encontre tão cedo. Mas vou continuar procurando. Procure você também e, se encontrá-la, exponha. Mesmo que seja na forma desta linguagem tão complexa que é a música.


 


 


 


P.S.: Viva Bob Marley, o leão que há exatos 26 anos partiu para encontrar Jah, mas está latente nas nossas vidas.

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