Tentando ser curto e rápido (hehehe).
O “Samba Meu” de Maria Rita, lançado oficialmente há duas semanas, é um bom CD. Pessoalmente, gosto da cantora, mas prefiro outras, o que também não me coloca no front do bombardeio à filha de Elis Regina.
O disco só de sambas da moça é um desfile por um leque dos mais diversos sotaques que compõem este ritmo símbolo de brasilidade. Percorrendo nuances que vão desde o samba de morro, passando pelo chorinho, samba-jazz e samba-canção, Maria Rita prova que é realmente uma boa intérprete, técnica, mas sem deixar de ser emocionante quando é preciso. Ela também ousa, iniciando e terminando seu álbum cantando à capella.
Falando da diversidade, o disco é todo de inéditas, exceto pela regravação de “O homem falou” de Gonzaguinha com participação da velha guarda da Mangueira. Vale destacar também que das 14 músicas, seis são do famoso sambista carioca Arlindo Cruz. Ah, os fãs poderão sentir falta de Marcelo Camelo que, segundo a cantora numa coletiva feita pela internet, só não participa do novo trabalho por desencontros nas agendas – ou algo assim...
Vou destacar algumas músicas que para mim merecem uma atenção (não está em ordem de preferência...). A faixa quatro “Um corpo só”, é muito bacana, refrão fácil e um pouco jazzista. O samba canção “Pra declarar minha saudade” (7) e o chorinho “Novo amor” (11) tem letras belíssimas, sendo essa última uma das minhas preferidas. O ritmo sobe mesmo com as faixas finais “Maria do Socorro”, com uma pegada de jazz, “Corpitcho” e “Casa de Noca” – também muito bacana – respectivamente, faixas 12, 13 e 14.
Em suma, é um bom disco. Não traz ousadias mirabolantes nem está com o pé atolado na raiz. Maria Rita faz o samba do seu jeito, um pouco sofisticado sem ser chato e ao mesmo tempo sem cair na mesmice. Vale a pena uma escutada, ainda mais se tratando de Maria Rita. É como ela mesma falou em alusão aos discos de Marisa Monte (“Universo ao meu redor” – que pedi pra ela comentar) e Caetano Veloso (“Cê”): “existem obras de alguns artistas que você não pode deixar de escutar”.
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