domingo, 22 de junho de 2008

Re-Ativando

Deixa eu explicar...

Estou postando aqui alguns textos que escrevi para a coluna de música do Portal O Dia (www.portalodia.com) onde trabalhei desde o final de 2006. A coluna foi extinta no início de 2008 e não figurava mais no portal, então resgatei algumas críticas/análises/pensamentos/oquequerqueseja sobre música e cenário musical que escrevi.

Tem coisas desde Britney Spears a Maria Rita, passando por Ivete Sangalo, Guinga, e um ror de coisas - Pop-MPB y otras cosas.

É algo engraçado, que mostra algo da minha fuçação musical, mas também lembrem-se que eu tentava abranger alguns temas que estavam em voga à época - por isso se encontrarem um texto falando da Gyselle não estranhem... heheheh

Até as próximas!

Carlos Ás

Caña doce, azeda e com muito sabor

Carlos Lustosa Filho

Coluna de terça, dia 29/01/2008


Uma grata surpresa que descobri foi a paulista Ana Cañas. Já tinha ouvido sobre ela em revistas e blogs, até que a curiosidade bateu mais forte e decidi procurar o disco. E não é que a menina manda bem?


Ela faz um som misturando um pouco de "música regional" com jazz, blues e bastante personalidade. Em seu primeiro disco ela faz um som misturando um pouco de "música regional" com jazz, blues e bastante personalidade. O estilo me lembra, a princípio, um pouco Céu – de quem sou fã incondicional – mas vendo direito, talvez elas tenham em comum a vontade de inovar e fazer músicas ousadamente autorais (no bom sentido da palavra). As duas compõem as próprias músicas, têm uma marca pessoal e sabem o que querem. Vamos à diante.


O primeiro disco de Cañas “Amor e Caos” é bacana e tem faixas muito legais. Gosto principalmente de Devolve Moço (letra inspirada e interpretação idem), Vacina na Veia (da mudança de ritmo bacana), Super Mulher (regravada do Tom Zé, muito bacana) e a autobiográfica (?) A Ana. Esta em especial, com pegada blues, define bem o que a moça uma lida rápida na letra:


A Ana

(Ana Cañas/ Alexandre Fontanetti)


A ana disse ontem
A ana ficou triste
A ana também leu
A ana não existe


É a ana insiste
A ana não consegue
A ana inventou
Ela também merece


A ana é azeda
Mas é doce quando é doce
A ana é azeda
Mas muito doce quando é doce


A ana nada sabe
A ana sempre canta
A ana me enrola
A ana me engana


A ana se pintou
A ana não limpou
A ana que escreveu
A ana se esqueceu


Foi a ana que fez
Foi a ana que foi
Foi a ana em fá
Foi a ana, foi


A ana ama
A ana odeia
A ana sonha
A ana canta


Vale também pontuar a música Para todas as coisas, uma clara homenagem a Marisa Monte – artista inclusive citada na música –, uma quase paródia sobre Diariamente.


Acredito que Ana Cañas ainda vai se desenvolver muito e tem um pontencial estupendo. No disco ela mostra a que veio, que tem boas composições - todas as letras, exceto das regravações são dela. Falando em regravações, curiosamente, os pontos fracos do disco, são duas faixas de outros artistas: Coração Vagabundo do Caetano e Rainy Day Woman do Bob Dylan (e eu gosto de regravações...). A cantora também dá umas escorregadinhas na afinação, que às vezes dão um charme no jeito despretensioso que ela tem de interpretar, mas às vezes não. No mais, essa é uma dica ótima de MPB-Pop. Sem contar que ela é linda... hehehe Quem sabe ela não vem ao Piauí qualquer dia desses? No Artes de Março, quem sabe? A Céu já veio; se a Caña vier adoçar o Piauí, será muito bem-vinda. Adicione-a na sua lista de cantoras de MPB.




Bom, vamo deixar de papo e ver um pouco da moça:




Documentário sobre a gravação de "Amor e Caos"





Ana e o músico David Gordon Daves (Kinks) numa improvisação sobre

a música Route 66





Pausa para a grande vez do Piauí

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de sexta, dia 04/01/2007

 

Antes de mais nada, Feliz Ano Novo. Bom, pra quem como eu, começou o ano desencavando arquivos de música perdidos no computador - eu achei um disco da Ella Fitzgerald cantando com a Billie Holiday... recomendado - nada mais interessante descobrir que a grande música do réveillon, e provavelmente do carnaval e afins, será o mega hit "Beber, cair e levantar" na voz da não menos mega banda Saia Rodada. 2008 chegou animado.

 

Mas a candidata a primeira superhipermaximegaultrawiipopstar do nosso etado que promete mesmo é a gata Gyselle Soares. A modelo, atriz, - enfim não importa - está arrebatando todos os sites de notícia do estado com informações sobre o Big Brother Brasil 8. Vá lá que este não é um programa muito "família", no sentido ortodoxo do termo, mas enfim... será que desta vez o estado vai sentir um pouco de orgulho por ter uma representação imagética na televisão? Isso dá até uma tese de mestrado para os comunicólogos! hehehehe

 

Bom, como o lance daqui é música, devo dizer que fuçando (e não posso dizer que foi muito) pela internet da vida, encontrei a moçoila soltando o gogó e mostrando seus dotes numa música em francês, gravada (adivinhem) na França, e transmitida (segundo o título do video) pela MTV da terra do Napoleão.

 

Pra quem quiser dar uma olhadinha (trocadilho infame), vai a tela aí abaixo:

 

 "Sacode"


 

 

Pena o meu francês se resumir a "croissant" e "volez vou coche avec moi" ou seja "Je nes parlez pas français", pra poder traduzir o que ela diz tanto, mas é bonitinho ela falando frases em português e pertuntando no final "Ces bon?". 

 

O futuro dela só os paredões dirão... (em todos os sentidos), mas se rolar uma playboy, sou o primeiro da fila! hheheheh

 

Adeus ano, velho!

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de quarta, dia 26/12/2007

 

 

Estava olhando agora há pouco a lista das colunas que escrevi durante o ano de 2007. O engraçado é que acho que nunca ouvi tanta música num ano – talvez só em 2006 – mas não sei por que acho que o ano foi fraco musicalmente. Não tivemos algo sensacional, um disco unânime, um novo artista que você olhe e diga: “Putz! Esse é o som!”. Logicamente as minhas impressões não podem ir ao encontro da de você, caro leitor, mas na realidade o que quero dizer é que o ano para mim foi mais o de descoberta/pesquisa profunda de grandes artistas – como Jorge Drexler, Lenine, Perez Prado, Tito Puente, Jobim, Elis, Bublé, Rita Lee, enfim... pessoas que já estão aí há um tempinho. Para mim, novo som mesmo, algo impactante, muito pouco. Como não sou ligado nas novasbandasdoneorockanglo-americano talvez tenha sido por isso. (Será que é a idade chegando? – heheheh)

 


Bobagens à parte, 2007 foi o ano da consolidação da música virtual – acho que posso afirmar isso. Nunca se falou tanto em mp3, nunca os players desse tipo de arquivo foram tão populares e nunca a indústria fonográfica se preocupou tanto com isso e ousou planejar combatê-la – pelo menos na sua face gratuita... Embora não ache que isso vá conseguir acontecer – afinal, caiu na rede é peixe – devemos ficar atentos às mudanças que podem vir.


 


De dicas, acho que para terminar, deixo vocês com a última febre do meu grupo de amigos “indies” – hehehehehe – Amy Winehouse, a qual eu só conhecia pelos escândalos, mas cujo som também me agrada bastante.


 



Rehab - sucesso da inglesa

 


 



Amy dando um tapa no pó - talvez por isso muitas pessoas gostem dela...

Traquinagens à parte, o som da mulher é bom... heheheh

 

E como playlist de final de ano, recomendo uma boa dose de tudo que já recomendei em 2007 inteiro – ou não: Nação Zumbi, Orishas, Joss Stone, Caetano (60-70), Jammie Cullum, Bossacucanova, enfim... vou conseguir colocar tudo não... heheheh


 


Boas Festas, um grande 2008 e muita música pra todos!


 

¡Latino, vamos! "Sí, sí, sí, yo quiero mambo, mambo"

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de quarta, dia 12/12/2007

 

Não sei quanto a vocês, mas a mim sempre me atrairam as músicas "latinas". (Vale destacar aqui que direfentemente do que os americanos pensam, não enquadro o Brasil neste círculo.)  Acho que a gente nunca percebe o quanto esse estilo esteve presente nas nossas vidas, até descobrir que ele existe e é diferente.

 

O interessante é que as músicas latinas sempre tiveram um espaço importante na cultura popular mundial. Os tangos dominaram a passagem do século 19 para o 20, boleros foram o auge depois, nas primeiras décadas, aí pra frente a música nunca mais foi a  mesma: vieram os chachachás, o son, a rumba, a salsa, o mambo, o calipso, a bachata, o merengue... tantos ritmos bacanas que mostraram para o mundo o quanto 'caliente' e divertido poderíamos ser.

 

Eu quero destacar aqui uma "descoberta" (para mim, obviamente) que fiz. Indico a uma escutada um dos ícones da música latina, o maestro Perez Prado. Você pode até não conhecê-lo de nome, mas as músicas certamente você escutou. Lembra daquele pop Lou Brega e o grudento "Mambo nº 5"? Pois saiba que Lou tomou a música homônima do Perez e a reinventou, transformando naquele "charleston modernoso".

 

Falando mesmo de Perez, basta dizer que ele foi conhecido como "El Rey del Mambo". Uêpa! hehehehe.Ele nasceu em 1916 em Cuba, e cedo começou a participar de diversas orquestras. Em 1944, começa a misturar os ritmos latinos com o jazz e depois se muda para o México onde ganha grande prestígio e depois conquista os EUA. O resto é história.

 

O que eu percebi, fazendo uma análise muito superficial - deixando claro - é a força do piano e sobretudo dos metais nas composições do maestro. E quando vem metal, já se sabe, não tem como ficar parado, levanta até defunto! hehehehe.

 

Deixo um video dele e mais algumas dicas (ele é o do piano - lógico... hehehe):

 

 

 


 

Outras músicas de Perez que vale uma escutada são: "Mambo nº8", "Mambo Jambo", "Patricia", "Cosé Cosé", bom essas só pra começar. Vale dar uma olhada também na versão de "Perfídia" - aquele bolerão de doer hehehehehe.

 

 

Boa diversão e até a próxima

 

 

Tópicos musicais


Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de quarta, dia 14/11/2007

 

Hoje não vou falar de um artista em especial mas de algumas "surpresas musicais" que me aconteceram nessas últimas semanas - ou algo simplesmente cuiriso. Tópicos.

 

 

Coisa da boa

Bicho, conhecia o canadense Michael Bublé das trilhas das novelas - um dos melhores meios de conhecer artistas estrangeiros no meu caso - e o achava muito bom. Indo mais a fundo no trabalho do cara, posso dizer que agora, ele é um dos meus cantores favoritos. Mas digo cantor mesmo, intérprete. Tá no mesmo nível do Jorge Drexler, pra mim. As interpretações dele para antigos sucessos são ótimas, o timbre da voz é confortável e muito agradável. Pra quem não conhece recomendo "Me and Mrs. Jones" (breguíssima, mas pense numa música que dá vontade de cantar. Bêbado então, deve deixar os sertanejos no chinelo... hehehe), "Quando, quando, quando" (canção italiana dos anos 60, em versão inglês num dueto com a ainda folk e competente Nelly Furtado), "Home" (pra lembrar uma saudade boa), "Feeling good" (pra mandar tudo pro inferno), eita, tem tantas... "Save the last dance", "Fever", muitas... grandes sucessos em arranjos excelentes, dos bons tempos - não vividos por mim, obviamente - dos crooners e big bands. Muito bacana mesmo. Ideal pra dar um tempinho no guitarra-baixo-bateria e lembrar que ainda se faz música com arranjos mais cheios.

 


Michael Bublé - Feeling Good

 

Djavan

Bom, faz um tempo que ouvi o novo trabalho do Djavan, "Matizes", e sinceramente, não fiquei muito impressionado... mas ainda estou assimilando e pretendo escrever algo mais pensado para a coluna. Aguardem. No mais recomendo as primeiras faixas e os sambinhas. As mais apaixonadas não me agradaram muito nas minhas primeiras audiências... hehehe, vou reouvir com calma e veremos se mudo de opinião.

 

 

Pop not that spicy

Pra que raios as Spice Girls voltaram? Deve ter sido pra fazer aquele lance "estou precisando de dinheiro" multiplicado por cinco... heheheh. Críticas malévolas à parte, as inglesinhas lançaram uma coletânea de antigos sucessos que só traz uma música inédita. Não escutei toda, mas deu pra sentir que é uma baladinha sem muito novidade. O clipe traz as apimentadas com um tempero nunca visto com as cinco juntas.

 

 

Falando nisso

Assistindo a um programa de TV pela net, me deparei com uma música muito legal mesmo. Um samba cantado em inglês. Fui atrás e descobri que tratava-se de "Crickets sing to Anamaria", cantada por Astrud Gilberto. A canção é uma versão de "Os Grilos" de Marcos Valle e devo dizer que a letra em inglês é melhor do que a em português - caso raro nas bossas traduzidas. Sim, mas o que tem a ver essa música com as Spice Girls? Descobri que a Emma Bunton, a loirinha, regravou a música num álbum de 2004 e, por curiosidade, fui escutar. E não é que o negócio ficou bom? Um samba, popficado mas bem brasileiro, como eu nunca vi nenhum inglês fazer (ou ver). O clipe da música é bem feitinho também.


Crickes Sing to Anamaria - Emma Bunton

 

Fui inventar de escutar o álbum inteiro e vi um álbum cheio de referências à bossa nova e samba. Muito interessante isso, embora seja aquela fórmula de pop-tenho-que-vender dá pra perceber o cuidado do produtor. Segundo minhas pesquisas esse foi o álbum com mais sucesso da Baby Spice em carreira solo. Entretanto, ela não foi a mais bem sucedida. A Melanie C, aquela esportista, é que parece ter logrado mais sucesso sozinha. Lembro que ela realmente tinha um voz muito boa. As outras três, Mel B, Geri e Victoria Beckham, na época Adams, não foram lá essas coisas. Bom, elas voltaram mas talvez não seja com nada muito inovador. Nem é pra ser lá grande coisa, a não ser pra elas, que unidas foram o grupo feminino de maior sucesso mundial e voltam pra catar algum dindim.

 

A deusa estendeu a mão para mim

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de terça, dia 30/10/2007

 

Bom, eu bem que queria falar sobre o hipermegaultra festival da Tim... como a passagem não deu, o tempo não deu e outras coisas também não deram, pedi ao meu hermano Pedro Jansen (atualmente cosmopaulistano - hehehehe) que me contasse um pouco sobre como foi a experiência dele em meio aos shows. Então, convido vocês para lerem a experiência de meu amigo Pedro que definitivamente foi "acima de todas as palavras" - para usar o jargão do Herbert Viana... heheheh

 



 

A deusa estendeu a mão para mim


Preguiça e preconceito. Senti muito isso pela mocinha da música eletrônica, do experimentalismo, da loucura aparente, da doçura sobrenatural. Senti muito isso a vida inteira. Sempre tive certo cansaço em ouvir Björk, em saber dela, em pesquisar seus sons. Tanto que fui para o Tim Festival com a missão principal de ver o show dos Macacos do Ártico. Os outros seriam meras bandas de abertura.  


Ver a Björk era obrigação primordial para uma/qualquer pessoa que gosta de música. E também curiosidade, já que do disco novo dela, o Volta, as duas primeiras músicas tinham me chamado muito a atenção. E também uma faixa de um disco que minha irmã tinha, mas perdeu. Perceba como meu interesse por Björk era uma coisa assim louvável. 


Pois é, cara, não era mesmo. O ponto é que não foi a música, não foi o visual, não foi a curiosidade que me fizeram crer fortemente que a guria islandesa é a coisa mais próxima de um deus que a música tem/teve desde o Led Zeppelin. Mas sim o simples fato de que você sabe quando está na frente de um deus. Não há como fugir dessa sensação.  


E foi isso que eu senti ao ver Björk vestida, literalmente, de arco-íris. Entrando no palco, pelo lado esquerdo. As cantoras do coral sendo batedoras do seu caminho, correndo levemente, na ponta dos pés. Eu estava bem longe do palco, mas sabia que elas sorriam. Nenhuma outra feição deveria ser possível. Elas cantavam e faziam parte dos sopros das canções. Ao fundo, uma orquestra. Tínhamos também um baterista. E um semi-deus no sample. Na platéia, corações cheios de alegria. E Björk dançando, Björk cantando, apontando, fazendo reverências. Björk correndo de um lado para o outro. Berrando. Ela respirava, ela comandava, tomava partido das nações, delegava trabalhos, ribombava seus desejos, lançava seu olhar sobre as plantações. Ela sabia fazer chover, mas não o fez. Trouxe um frio bom, espantou o calor. Deu água para o gado e afagou a cabeça das crianças. Tudo ao mesmo tempo agora. Björk é a deusa mais linda que eu já vi. 


Earth Intruders, do disco novo, quebrou tudo de cara. Hunter veio depois e levou todo mundo. Meu conhecimento musical a respeito da moça me limita a saber apenas o nome de poucas canções. O que realmente pouco importava. Tudo ali remetia à apoteose, remetia a transe, a um ritual para elevar espíritos. As canções se sucediam, se seguiam, mas a experiência do todo é que contava. A única diferença notável entre os fãs e os parcos conhecedores sobre o trabalho da moça era o balbuciar das letras. De resto, apenas uma massa sorrindo.  


No fim, quando algumas pessoas ainda resistiam à tortura de estar ali e não poder tocar tudo aquilo que era tão lindo logo acolá no palco, ela liderou Declare Independence. Ela cantou mais, enxergou mais, como deusa que é soprou, cuspiu, conjurou pedaços de papel para o alto. Tudo turvo, não se via nada, só papéis, e cores, e sabores. E se sabia, naquele momento, que o mundo era diferente, que as terras estavam mais fecundas, mesmo que apenas dentro de você. Porque uma deusa, vestida de arco-íris, tinha por ali passado. E nada mais foi como era antes.  


 

Declare Independence em duas partes  



 


"Aqui eu quase morro" - Pedro Jansen


 


 

A leoa da Paraíba

Carlos Lustosa Filho

Couna semanal de quinta, dia 18/10/2007

 

Qual a imagem que você tem de Elba Ramalho? A de uma mulher abduzida que vê E.T.s por todos os lugares? A da cantora de voz ácida e tipicamente nordestina? A da latina tropicaliente? Bom, eu não tenho nenhuma dessas em mente quando me vem na cabeça o nome da Elba. A lembrança que melhor me tem é a de uma das primeiras cantoras que me mostrou que a MPB era realmente boa e era mais do que Djavan-Caetano e que o nordeste era tão (ou mais) MPB que o sudeste (notadamente o Rio).


Lógico que eu lembro de quando era pequeno e cantava “Ô uô, tropicaliente, ô uô enluará, o coração da gente”. Taque a primeira pedra quem não fez isso... hehehehe. Mas essa é apenas uma das fases da cantora de Conceição do Piancó (PB) que vêm nesta semana a Teresina para apresentar seu recém-lançado disco (e põe recém-lançado nisso) “Qual o assunto que mais lhe interessa?”.


Voltando à imagem da Elba. Não consegui registrar muita coisa sobre os momentos da Elba “Ave de Prata” dos anos 80 e muito pouco da sua fase “latina”. Algo que me marcou enormemente foram as músicas do seu álbum “Leão do Norte” que incluíam composições de Caymmi, Gonzagão, Lenine, compositores que certamente formaram minha noção sobre MPB - não preciso nem falar da patota dos "Grandes Encontros", títulos excelentes. Depois veio o “Flor da Paraíba”, muito bom, que tem uma das canções nordestinas mais bonitas do mundo (hehheheh), na minha opinião que é “Casa, Comida e Paixão” de Dominguinhos e Fausto Nilo. Logo após, veio o "Solar", um álbum duplo – estúdio e ao vivo – com um repertório muito bom e uma versão de “Cajuína” muito bonita. Depois teve o “Cirandeira”, mediano, mas com uma qualidade acima da média. Em seguida o Canta Luiz Gonzaga e o duo com Dominguinhos. Muito bons, mas com poucas novidades.


Agora ela está de volta com o “Qual o assunto que lhe interessa?” que a própria Elba define numa entrevista como durante como uma projeção de “novas sonoridades e sugere um discurso abrangente sobre diversas questões da atualidade. É sólido, instigante e bem competente. Revela também a maturidade artística de uma cantora que nunca se acomodou na fama conquistada para repetir fórmulas. É apenas um disco de belas canções, assinadas por compositores de peso da música brasileira”.  Resta-nos esperar para ver e ouvir no show deste sábado (20) no Atlantic City.


  Veja alguns videos amadores do novo show


 


 


Coluna da coluna

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de quinta, dia 04/10/2007

 

Olá, povo.

 

Li esse artigo/coluna/sei lá muito interessante sobre a volta dos que não foram na música e queria compartilhar com vocês. Vale uma reflexão. Até a próxima semana.

 

Falta de criatividade é bom negócio
 
Alexandre Xavier*
 

Se você não conquistou a possibilidade de comprar um ingresso para o retorno do Led Zeppelin, não fique achando que o mundo é seu inimigo. A chance de conseguir um ingresso era de menos de 0,5%. Funcionou assim: o fã da banda tinha de se inscrever num website (que entrou em colapso devido à imensa quantidade de visitas) pedindo o direito de comprar um par de ingressos. Nesta segunda-feira, após sorteio virtual, o sistema mandou um email para 20 mil felizardos que ganharam esse direito.


Já tem gente oferecendo £2 mil (quase R$8 mil) por um único ticket do show que ocorre em Londres no dia 26 de novembro. A reunião do Led Zeppelin chamou a atenção da Inglaterra inteira e acendeu uma luz na cabeça de muito pop star desempregado.


O Sex Pistols - cujos membros estão sempre precisando de dinheiro - anunciou um show de retorno no mesmo lugar em que o Led Zeppelin vai tocar (o O2 Arena) e se deu bem. Os ingressos vendidos a £37,50 (cerca R$140) se esgotaram em 10 minutos. A banda se animou e resolveu fazer mais dois shows em Londres e um em Manchester. A desculpa dessa mini-turnê é comemorar os 30 anos do álbum Never Mind the Bollocks.


O The Police também vai fazer uma 'reunion tour'. O The Verve também voltou (a exemplo do Sex Pistols fazendo mais shows do que o previsto por causa da enorme demanda por ingresso). E, sim as Spice Girls também se animaram e logo de cara anunciaram uma turnê mundial! As carreiras solos das cantoras mais pops da Inglaterra iam de mau a pior e a idéia de fazer um 'reunion' veio na hora certa (para elas, pelo menos). Os ingressos do show do dia 15 de dezembro em Londres se esgotaram em 38 segundos.


Com exceção talvez do Verve (que acabou prematuramente) e do Led Zeppelin, esses retornos das bandas quando não são oportunistas, são anacrônicos. O que conta ponto a favor do Led Zeppelin é que o grupo vai voltar a tocar junto uma só noite em homenagem ao cara que 'descobriu' a banda (Ahmet Ertegun, da Atlantic Records, que morreu ano passado) e o dinheiro do show vai para o Ahmet Ertegun Education Fund.


Jimmy Page diz que o Robert Plant não agüenta mais tocar Stairway to Heaven porque na hora do solo ele não tem o que fazer. Sem contar que a década de 70 já foi e Stairway to Heaven já deu o que tinha que dar. E o Johnny Rotten rouco, velho e carcomido cantando Anarchy in the UK, faz algum sentido? Nenhum. E, pior que isso, Spice up your life nunca fez nenhum sentido e o mundo já havia se livrado das Spice Girls. Por que as bandas preferem tocar o que já tocaram em vez de compor algo novo? Hoje é o que prevalece no showbizz: fórmulas já consagradas, mesmo que desgastadas, em detrimento da criatividade e da evolução.


*Alexandre Xavier é editor da revista JungleDrums (www.jungledrums.org) e escreve quinzenalmente direto da terra da Rainha e dos Sex Pistols

Maria Rita na ponta do pé

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de terça, dia 25/09/2007




Tentando ser curto e rápido (hehehe).



O “Samba Meu” de Maria Rita, lançado oficialmente há duas semanas, é um bom CD. Pessoalmente, gosto da cantora, mas prefiro outras, o que também não me coloca no front do bombardeio à filha de Elis Regina.



O disco só de sambas da moça é um desfile por um leque dos mais diversos sotaques que compõem este ritmo símbolo de brasilidade. Percorrendo nuances que vão desde o samba de morro, passando pelo chorinho, samba-jazz e samba-canção, Maria Rita prova que é realmente uma boa intérprete, técnica, mas sem deixar de ser emocionante quando é preciso. Ela também ousa, iniciando e terminando seu álbum cantando à capella.




Maria Rita foi chamada até de "popozuda" pela imprensa por suas


fotos do ensaio do novo trabalho - heheheh



Falando da diversidade, o disco é todo de inéditas, exceto pela regravação de “O homem falou” de Gonzaguinha com participação da velha guarda da Mangueira. Vale destacar também que das 14 músicas, seis são do famoso sambista carioca Arlindo Cruz. Ah, os fãs poderão sentir falta de Marcelo Camelo que, segundo a cantora numa coletiva feita pela internet, só não participa do novo trabalho por desencontros nas agendas – ou algo assim...




Carro chefe do novo trabalho a música "Tá Perdoado" executada no Fantástico. Boa música.

Vou destacar algumas músicas que para mim merecem uma atenção (não está em ordem de preferência...). A faixa quatro “Um corpo só”, é muito bacana, refrão fácil e um pouco jazzista. O samba canção “Pra declarar minha saudade” (7) e o chorinho “Novo amor” (11) tem letras belíssimas, sendo essa última uma das minhas preferidas. O ritmo sobe mesmo com as faixas finais “Maria do Socorro”, com uma pegada de jazz, “Corpitcho” e “Casa de Noca” – também muito bacana – respectivamente, faixas 12, 13 e 14.



Em suma, é um bom disco. Não traz ousadias mirabolantes nem está com o pé atolado na raiz. Maria Rita faz o samba do seu jeito, um pouco sofisticado sem ser chato e ao mesmo tempo sem cair na mesmice. Vale a pena uma escutada, ainda mais se tratando de Maria Rita. É como ela mesma falou em alusão aos discos de Marisa Monte (“Universo ao meu redor” – que pedi pra ela comentar) e Caetano Veloso (“Cê”): “existem obras de alguns artistas que você não pode deixar de escutar”.






Sobre a difícil arte de ser estrela pop

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de sexta, dia 14/09/2007

 

Bicho, já tenho percebido que venho falando muito sobre pop. Bom, não devo negar que gosto deste tipo de música (ou do tipo de música que costuma-se chamar de pop – que engloba tudo e acaba não sendo nada... enfim, não vou entrar nesse pormenor – ufa! – diz você... hehehe). Existem exemplos bem bacanas. Clássicos como tipo... Corinne Bailey Rae (nã... ô nomezim... hehehe), Jamiroquai, alguma coisa de blockbusters clássicos como Michael Jackson (particularmente gosto da trilha do vídeo show “Don't Stop 'Til You Get Enough” e “Billy Jean”) e Madonna (cito “Deeper and Deeper”, “Beautiful Stranger” e alguma coisa do álbum “Ray of Light”). Não dá pra dizer que tudo é porcaria só por que é comercial, etc., etc. já falei sobre isso noutra coluna. Isso pra não citar os pops derivados do rock, que gosto, como A-ha, Sting/The Police, bandas dos 80, em geral e essa geração de rock eletrônico, que pra mim se enquadraria também no pop, mas é uma questão de ponto de vista.


 


Bom, esse texto queria comentar um pouco sobre o que está acontecendo com os artistas, ou melhor AS artistas do mundo pop – sobretudo internacional. Vamos começar da mais recente pra mais antiga – se é que eu vou conseguir delimitar isso... hehehe.


 


Britney Spears (ou Sperms como eu sarcasticamente chamo, tomando o epíteto que o Casseta & Planeta inventou hehehe – parcialidade chegou aí e parou, hehehe).


 


Rapaz, que confusão por causa da apresentação dela no Vídeo Music Awards! Mas tem razão de ser. Veja o vídeo abaixo – se tiver paciência – antes de continuar.


 


(Bicho, deixa eu explicar, to escrevendo essa coluna aos poucos, durante uns três dias. Nesse meio tempo apagaram o vídeo! – hehehe. Agora que eu ia colocar aquela televisãozinha do youtube. Vou ver se encontro outros ou ao menos versões ou zoações ou ao menos o áudio da música pra quem quiser ouvir. Bicho, caiu na rede, tem mais jeito não. É peixe.)


 


 



 

hahahaaha essa de cima é frescura, mas é engraçada! hahahah. abaixo a original. assista antes que tirem do youtube! hehehe

 


Gimme gimme more

 


 


 


Essa performance foi feita no último final de semana pro canal da MTV. Bom, tirando toda as frescuras-doidices-insanidades-vomitadas-xerecas-cachorros-cocôs e etcetera que ela vem fazendo nos últimos tempos – se é que é possível desconsiderarmos isso – acho a musiquinha até ouvível no ônibus. Não sei como vai ser o conteúdo deste retorno, assim, teremos que esperar (e fazer esforço pra lembrar) pelo dia 13 de novembro, quando ela lançará o novo álbum.


 


Na apresentação, devo concordar com a maioria das notícias que vi a respeito. Achei a loira distante, far-far-away, do que ela já foi (alguém se lembra daquele clipe “I’m a slave 4 U”? – sei lá como se escreve isso. Em termos de empolgação, principalemente. Nem lasciva, nem concentrada na coreografia. Tava muito morta mermo. Uma moleza de dar dó. Dá nada. Não sinto prazer em ver uma coisa dessas mas, como uma “popstar” que ela quer voltar a ser (?) ela tem que demonstrar um pouco mais de vontade.


 


Talvez esteja cansada do entertainment world. Sabe-se lá o que diabo passa na cabeça – que já foi careca – dessa doida. O certo é que agora, nem as performances eróticas-esfrega-esfrega-lascivas-arf-arf-arf dela vão conseguir segurá-la no mundo pop. Ela já não convencia muito por não cantar - só fazia dublagens em shows e onde quer que fosse – agora sem mexer o popozão, roçar no povo todo – ou melhor em qualquer coisa que tenha o mínimo de rigidez – como ela vai se segurar? Os fãs dela, dos anos 90-início dos 2000, acho que não vão mantê-la. Se ela não arrumar novos, com essa concorrência pesada e de melhor qualidade, não haverá empresário ou golpe de mídia que mantenha a já chamada “princesinha do pop” na crista da onda.


 


Ah, leiam essa matéria. Saiu quando eu escrevia a coluna.


 


Amy Winehouse, Lilly Allen e Vanessa Hudgens


 


Bom, essas três estão sempre envolvidas nas páginas dos tablóides - as duas primeiras nas seções policiais... e a última me lembra a trajetória da Britney.


 


Rasgando logo, não conheço a Winehouse mas quero conhecer. Escutei poucas vezes algumas faixas da moça e gostei. Tem uma pegada R&B bacana. Amigos já me indicaram dizem que o lance é do bom. Então as críticas sobre a irresponsabilidade da cantora londrina, envolvimento com drogas e canções de cunho sexual-psicotrópico não sejam apenas golpes pra fama. Vou escutar direito e depois digo alguma coisa (tomara lembrar hehehe).


 


A Lily Allen é uma grata surpresa pra mim. Ela é de Londres também, e estourou com a grudenta “Smile”, um reggaezinho pop bem maneiro, como há tempos eu não ouvia – sim, porque Armandinho... melhor não comentar. Tenho o “Alright, Still”, disco de 2006. Tem faixas muito bacanas, como “Knock ‘Em out”. Vale a conferida. Ah, tem um disco novo dela na praça, mas ainda não conheço.


 



 Apresentação ao vivo de "Knock 'em out"


 


Vanessa Hudgens é a menina do High School Musical – uma espécie de “Rebelde” da Disney. Ela é a protagonista que protagonizou mesmo foi um escândalo de tirar fotos pelada e dizer que manda pro namorado Zach Effron (acho que é assim que se escreve) que também é protagonista de HSM. (bicho, essa sigla de trás pra frente é igual a MSH – Marvel Super Heroes – jogo de luta da capcom – hahahahaha – comentário idiota só a título de encher lingüiça).


 


Bom, ela lamentou as fotos terem vazado na internet, diz que é uma coisa pessoal e tudo... mas um tablóide dos EUA disse as fotos da “garotinha virginal” não foram tiradas agora que ela tem 18 anos. São mais antigas, quando ela tinha 16! Safadinha ela – comentário sarcástico. Rapaz, deixa a menina mostrar pra quem ela quiser, ora.


 


O chato é que ela é famosa, contratada da Disney e as fotos podem estragar a franquia HSM que atualmente é o maior sucesso dos EUA e da Disney voltado para o público infanto-juvenil. Comentário: achei mesmo esquisito ela não ter dito que as fotos não eram dela. Ora mais, era só dizer que eram de outra pessoa muito parecida. Mas ela preferiu dizer que mandou pro namorado. O que nos leva a acreditar na hipótese de que ela tirou essa foto quando era mais nova – o que levaria causaria um choque maior na conservadora sociedade estadunidense. Consigo ver no futuro, algo semelhante com a trajetória da pura Britney de "Baby one more time" que culminou com a esfregativa de Spears de "Slave..."...


 


 



Say OK - Bonitinha e sapequinha, ela - mas não beija na boca...

 


 


Falando da música. Devo confessar que escutei na rádio a música “Say Ok” da Vanessa Hudgens e achei bem legal a pegada rítmica, então, dada a facilidade, escutei o disco inteiro. Sinceramente, uma nova Brintey Spears dos anos 2000. Muitas músicas românticas, arranjos comuns que lembram as coisas pop dos anos 90, como Spears e Aguillera, ou seja nada de novo (que diabos me deu pra pensar que ia achar coisas atonais-pós-pós-modernas-ultra-contemporâneas?).


 


Destaco mesmo só “Say OK” que lembra a “Mas que nada” do Black Eyed Peas. Fora essa escuto “Let’s Dance” porque é trilha de um programa que eu gosto, o “Dancing With the stars”, que já falei num post anterior. De resto é resto. Pode funcionar pra pré-adolescentes, mas pro público em geral fica muito a desejar.


 


Essas três são as problemáticas. As três abaixo são as normais. hehehe


 


Beyoncè, Shakira, Ivete


 


Beyoncè canta pra caralho. Não gosto dos gritos que ela dá, nem muito das músicas (ah achei interessante um remix reggae de “Irreplaceble”), mas ela é uma p*** artista (com e sem trocadilho), hehehe. É a top das tops do mundo atualmente. Dificilmente é capa de revista que não seja pra mostrar aquele corpo de ébano torneado suado brilhante que exala (sem sacanagem nem nome feio que esse é uma coluna de família... hehehe).


 


Shakira é aquela coisa. Sabe bem onde pisa. Estratégica, mudou do lado pop-folk-rock pra um pop-latino-misturado-com-tudo assim como a sua figura. Conquistou novos públicos e tal. Preferia a antiga, mas ela continua fazendo músicas interessantes e sucesso - sem se envolver com escândalos.


 


A junção de Beyoncè e Shakira deu na música “Beautiful Liar” que ganhou uma categoria do VMA - a pesar de a colombiana ter dito certa vez que não tinha nada a ver com a ex-Destiny Child. Nada como o tempo pra mudar as opiniões... Ah, não gosto desta música... hehehe o clipe é melhor - pra se ter uma idéia.  


 


 


Dueto vencedor do VMA


 


 


Ivete Sangalo. Rapaz, essa daqui é imune a qualquer tipo de escândalo. Tá mudando aos poucos o repertório para um pop-pós-axé-mas-volta-a-lambada. É a mais bem sucedida cantora pop do Brasil atualmente – bom, ela não tem muitas rivais, né?. Muito simpática, conquistou a imprensa e dribla qualquer nota negativa – até porque os jornalistas hipnotizados não conseguem ou não têm por que fazerem isso (será?). Enfim... gostava da música “Não precisa mudar” que ela gravou com o Saulo da Banda Eva (falei numa coluna anterior, escrita poucos dias depois do lançamento do disco Ao Vivo no Maracanã) mas já tocou tanto, tanto, que pintou aquela saturação que a gente sente às vezes.


 


Todas essas mulheres tão no topo ou na crista da onda da popularidade, do show business ou do foco da imprensa – no mundo ou nos seus países – nos últimos meses, por isso destaquei-as. Sei que tem mais gente e tal, mas como quem escreveu fui eu, escolhi essas, ora... hehehehe desculpem a má-criação.


 


Em resumo, Britney está caindo mais ainda - depois de já andar mal das pernas (e do juízo), tem gente querendo subir mas tá fazendo/se envolvendo em mais zoada do que precisa e tem aquelas que fazem o dever de casa. Mas convenhamos, juízo não é sinônimo de artista bom e vice-versa. Fosse assim, só teríamos budas cantando "Like a virgin" heheheehe. Eita pop feminino...


 


Até a próxima!


 

Presentando: Jorge Drexler

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de hoje, 07 de setembro de 2007


Neste momento estou acabando de ler uma matéria sobre um cara que já devo ter falado aqui e que gosto muito, o uruguaio Jorge Drexler. Como sempre, acho que devo uma explanação maior sobre ele e sobre a minha admiração por ele surgida após aquela coisa triste do Bandeiras cantando com o Santana a música "Al otro lado del Rio" no Oscar. A música que está na trilha do "Diários de motocicleta" foi executada na cerimônia do Oscar, é até bonita mas quando ela virou "hit" eu já conhecia um pouco mais do trabalho do Drexler. Recomendo absolutamente tudo do cara - hehehe. Sem exageros, o trabalho dele é muito bem-feito, seguro, tem uma poesia muito bonita, direta, enxuta, sem ser simples. Bom, só ouvindo mesmo pra entender. ele tem influências brasileiras perceptíveis e várias citações do nosso país - em algumas canções ele fala da Bahia, de João Gilberto, enfim... - uma admiração perceptível. Ele também nos deixa a sensação de conhecermos um pouco - nem que seja de um modo meio deturpado - do que é o Uruguai, a ex-Cisplatina, tão próxima e ao mesmo tempo tão distante das terras tupiniquins. Deixo vocês com uma matéria do G1, na verdade da revista Época. Espero que gostem de conhecê-lo.








"Te traigo mis cicatrices, palabras sobre papel pentagramado”, canta Jorge Drexler na música Soledad, de seu último disco, 12 Segundos de Oscuridad. O verso é emblemático do tom melancólico e autobiográfico do disco e da produção lírica de Drexler, com letras bem elaboradas. Apresentada, a canção revela ainda uma marca na história musical desse uruguaio nascido em 1964, em Montevidéu. O dueto com a cantora Maria Rita mostra a participação dos artistas brasileiros em sua obra.


A música título do álbum, por exemplo, foi composta em parceria com o gaúcho Vitor Ramil. A faixa Disneylandia é uma versão em espanhol de uma composição do paulistano Arnaldo Antunes, gravada no disco Cabeça Dinossauro, de quando ele fazia parte dos Titãs. Não se trata de simples influência brasileira, mas de um intercâmbio cultural. Drexler já foi gravado por Maria Rita, Paulinho Moska, Simone e Zélia Duncan e Ivan Lins, entre outros tantos das bandas de cá. Ouvinte assíduo de música brasileira – “o Paulinho Moska fala às vezes que eu ouço mais música brasileira do que ele”, diz – Drexler, nesta visita, pôde conferir o retorno do público do país, em um show em São Paulo, na terça-feira (4).


Os ingressos, esgotados em poucos dias, foram muito procurados por fãs do vencedor do Oscar de melhor canção, com El Otro Lado del Río, trilha de Diários de Motocicleta. É mais uma parceria com um brasileiro, dessa vez o diretor de cinema Walter Salles. O cantor uruguaio não decepcionou a esse público e relembrou o episódio da entrega do prêmio em que, proibido de apresentar-se, cantou à capela sua composição na hora dos agradecimentos. Também seus fãs anteriores ao episódio, conhecedores de sua discografia, ficaram satisfeitos com o show.


Sem banda, apenas com violão e equipamentos eletrônicos, Drexler apresentou músicas de vários discos. De Eco (2004), apresentou a música homônima, Guitarra e Vos, Milonga del Moro Judío, Polvo de Estrellas e Se va, se va, se fue. Do último disco, 12 segundos de Oscuridad (2006), a música título, La vida es Más Compleja que Parece, Soledad, Disneylandia e La Infidelidad de la Era Informatica. De Sea (2001), Pianista do Gueto de Varsóvia e de Frontera (1999), La Edad del Cielo.


Se o público canta em espanhol, Drexler também canta em inglês. A versão de Radiohead para High and Dry, do último disco, e Dance me to the End of Love embalaram o público, que acompanhava as versões com o tom das milongas de sua terra natal. Também quase uma milonga foi a transposição de Sampa, música de Caetano Veloso, que Drexler interpretou em espanhol. Em vez de “novos baianos”, a letra traz “montevideanos”. “Tive que fazer força para não cantar em português, porque já conhecia a canção há muitos anos”, afirmou.


Na entrevista a seguir, Drexler fala a ÉPOCA sobre sua forte ligação com a música brasileira e seus shows com Arnaldo Antunes e Paulinho Moska no projeto Mercosul Musical, do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, de quinta (6) a domingo (9).


ÉPOCA – De onde veio a influência brasileira em sua obras?
Jorge Drexler
- Ela veio como uma conseqüência lógica da presença do Brasil na minha vida e na minha música também. Desde o primeiro convite do Paulinho Moska, em 2003, já vão quatro anos que estou vindo para o Brasil de visita, para gravar e participar dos projetos de outras pessoas. Tenho uma lista de com quem já atuei – cantando, tocando, cedendo canções minhas – que me orgulham. Celso Fonseca, Maria Rita, Marcos Suzano, Paulinho Moska, Ramiro Mussoto (percussionista e produtor argentino radicado no Brasil há mais de vinte anos), Ivan Lins, Simone e Zélia Duncan, George Israel, Adriana Maciel, Vitor Ramil, Arnaldo Antunes.


ÉPOCA – Qual a importância da música brasileira dentro do seu universo de referências?
Drexler -
Sou uruguaio, e o Uruguai é o menor país dentro do continente e fica entre os dois maiores. Eu já falo português, mas nunca tive aulas. Nem sei como aprendi. Do mesmo jeito, não sei como entrei em contato com a música brasileira. É uma presença forte na cultura uruguaia. O Brasil e a Argentina têm uma presença forte em todo Uruguai, na cultura, política, na economia, para bem e para mal [risos]. E na música é notório. A música brasileira é uma das entidades nacionais que mais facilmente influem no estrangeiro.


ÉPOCA - Você sempre destaca da importância do João Gilberto na sua música e no seu aprendizado de português. Quais outros brasileiros foram suas referências?
Drexler
– O Paulinho Moska fala às vezes que eu ouço mais música brasileira do que ele. Poderia fazer uma lista de cem nomes, desde Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Maria Bethania, Noel Rosa e Ary Barroso, dos antigos, e Villa-Lobos, da música clássica.


ÉPOCA - Como foi seu primeiro contato com Caetano Veloso?
Drexler -
Eu não gostei [risos]. Minha namorada tinha comprado um disco dele e pensei “pôxa, tem coisas lindas de bossa nova no Brasil, João Gilberto, Tom Jobim...”. Eu era mais tradicional, era mais velho nos anos 80. Só depois entendi o Tropicalismo e toda a história de ele ter tomado sons de cada época. Hoje ele é um dos artistas que mais admiro.


ÉPOCA – O disco tem um tom intimista. Você chegou a se isolar para fazê-lo?
Drexler
- É um disco mais voltado nas experiências pessoais, olhando mais para dentro do que para fora. Exatamente para compensar um ano de exposição muito grande na minha vida: muita velocidade, muitas viagens, muito olhar alheio na minha direção. Escrevi numa praia do Uruguai chamada Cabo Polônio, que não tem nem recepção de celular.


ÉPOCA - Essa exposição está relacionada ao Oscar que você ganhou pela música do filme Diários de Motocicleta?
Drexler
- Tem muito a ver com isso, e também tem a ver com um evento normal que está ocorrendo na minha carreira. Quando recebi esse prêmio, já tocava no Brasil, na Argentina, no México, no Chile, na Espanha, na Itália. Já estava viajando o tempo todo. Só que isso botou um turbo na carreira e tudo ficou exagerado. Esse último disco é uma resposta, ele não é feito para agradar. É um disco com título difícil, sem foto na capa nem na contracapa. É melancólico, introspectivo. Eu estou muito contente que um disco tão intimista tenha ganhado um prêmio de melhor disco na Espanha agora e tenha sido indicado para os Grammys Latinos.


ÉPOCA – O que significa o título 12 Segundos de Oscuridad?
Drexler
- Nessa praia em que estava, havia um farol que piscava a cada doze segundos. Gostei muito da metáfora do farol como entidade guia, que precisa de um lapso de escuridão para acabar de entender as coisas, de guiar. Isso também acontece na vida da gente.


ÉPOCA - Certa vez você disse que sua música “se move entre as tradições mais arcaicas do seu país e o aqui-e-agora musical”. O que você tem ouvido de mais arcaico e de mais novo hoje?
Drexler -
Boto no começo do meu show um músico costarriquenho que se chama Walter Ferguson. É um velho de oitenta e muitos anos que faz calypso com voz e violão. É a coisa mais moderna e mais arcaica que tenho ouvido ultimamente.


ÉPOCA - O que o público pode esperar dos shows de Brasília?
Drexler -
Tem versões de canções do Arnaldo que nunca tocamos ao vivo. Como Disneylândia, que é do Arnaldo e dos Titãs.Os ensaios foram maravilhosos, assim como a experiência de conhecer o Arnaldo, que eu não conhecia pessoalmente. É um encontro de gente que já vêm se comunicando artisticamente, mas é a primeira vez que estamos no mesmo cenário. Espero que o que a gente veja no show esteja mais integrado que o Mercosul político e econômico.


ÉPOCA - Você tem planos para um próximo disco?
Drexler
- Tenho muitos planos que ainda não estão concretizados. A única coisa que tenho certo é que, em novembro, vou gravar um disco ao vivo de voz e violão e eletrônico, como o show que fiz em São Paulo.

Pra quem gosta de Pecado

Carlos Lustosa Filho
Coluna semanal de quarta, dia 05/09/2007


Essa é pra quem curte a banda dos caras. O Ira! seguindo uma tendência de vários artistas está disponibilizando o novo material da banda para download gratuitamente. Confira os links:

Para assistir o vídeo-clipe, basta clicar no link abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=uyuHQpVl08g

Link da Canção "Mariana Foi Pro Mar"
IRA!: http://www.agenciaprodutora.com.br/ira-marianafoipromar.mp3

Vinheta da Canção "Mariana Foi Pro Mar"
http://www.agenciaprodutora.com.br/Vinheta.Mariana.AndreJung.mp3

Comentário da Canção "Mariana Foi Pro Mar"
http://www.agenciaprodutora.com.br/Comentario.MarianafoiProMar.AndreJung.mp3

Música Brasileira pelo olhar de fora

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de quinta, dia 30/08/2007

Esta semana deixo vocês com a visão do povo de fora sobre a música brasileira. Confiram a matéria do espanhol La Vanguardia:





O décimo mercado fonográfico: o som do Brasil

A rejuvenescida diversidade sonora do país seduz o mercado internacional. São Paulo se transformou em um dos eixos da atual vanguarda musical. No Brasil a música é produto de exportação, e, diferentemente do resto do continente, as gravações se sucedem sem fim

Bernardo Gutiérrez
No Rio de Janeiro


Premissa quase inviável: sete garotos com idade média de 20 anos gravam um álbum na América Latina profunda. Misturam rock, música surfe, eletrônica, bossa nova. Em poucos meses conquistam seu país. E rapidamente tocam na Europa e recebem críticas excelentes. Como se chama a banda-premissa inédita? Mombojó. Lugar de procedência? Recife, Pernambuco, Brasil. O que em outros países seria um sonho, no Brasil é um fato. A música é um produto de exportação. E uma caixa de surpresas mestiça onde se enredam todas as sonoridades: bossa nova com dub, samba com eletrônica, hip-hop com maracatu. Vale tudo. E tudo toca (e bem) no décimo mercado fonográfico do mundo (237 milhões de euros em 2005).

Raiz com beats
Mas por que o Brasil tem semelhante exuberância musical? Primeiro segredo: no Brasil, o futuro e o passado andam de mãos dadas. A raiz se enreda naturalmente com o contemporâneo. Os dinossauros (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Jorge Ben Jor, Chico Buarque, Toquinho) continuam vivos e se mexendo/atuando. Com outros veteranos não tão famosos, idem: turnês internacionais todos os anos. Elza Soares (a diva maldita), Tom Zé (tropicalista recicladíssimo), Mutantes (uma das estrelas do último FIB). Algumas estrelas apagadas brilham de novo promovidas por selos britânicos como Far Out e Mr. Bongo. É o caso de Marcos Valle (peso-pesado da bossa nova), Trio Mocotó ou Os Ipanemas. E há mais: a geração que conquistou o mundo nos anos 90 continua na crista da onda: os Tribalistas (Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes, Marisa Monte), Chico César, Adriana Calcanhotto, Lenine, Seu Jorge...

Som de Pernambuco
Segundo segredo: descentralização criativa. Recife, capital de Pernambuco, é um dos pólos sonoros mais ativos do país. A culpa/responsabilidade recai no já falecido Chico Science, que em meados dos anos 90 misturou hip-hop, eletrônico, maracatu e rock. Não sabia que estava criando um gênero, o mangue beat. E que nascia uma época inovadora que propiciaria o sucesso mundial de bandas como Nação Zumbi (arrasaram em 2006 no Barbarican Center de Londres), os personalíssimos Mundo Livre ou Mestre Ambrosio. Também de artistas como Lula Queiroga ou Otto, que com seu Samba pra Burro deu uma volta no parafuso da eletrônica brasileira. A inovação sonora de Recife parece não ter fim. A última compilação do selo nova-iorquino Luaka Bop, What's Happening in Pernambuco, inclui canções de Cabruera (típico forró em chave futurista), Eddie (rock psicotropical), Faces do Subúrbio (rap) ou Cidadão Instigado, entre outros. Cordel do Fogo Encantado é sem dúvida uma das bandas mais interessantes (percussão de raiz com suingue roqueiro).

Ampliando ligeiramente o espectro pernambucano ao norte e nordeste, encontramos artistas já assíduos na cena européia: Helder Aragão (DJ Dolores, um clássico da eletrônica+maracatu), Silvério Pessoa (forró futurista), Lampirônicos (psicodelia baiana), Ramiro Musotto (argentino radicado na Bahia, guru da percussão e eletrônica) ou o peculiar Totonho e os Cabra (paraibano que cozinha carimbó com eletrônica).

Funk favela
Nos últimos dois anos, o funk carioca (um gênero bizarro nascido nas favelas do Rio) exportou um punhado de artistas. Comandados por DJ Marlboro (guru das ondas do Rio), o pelotão do funk (uma mistura eclética de Miami bass, rap e sons brasileiros) chegou à Europa e aos EUA: Tati Quebra Barraco, Mr. Catra (o mais pessoal e polêmico nome do funk) ou Deize Tigrona. A aclamadíssima M.I.A. sampleou músicas de Deize. E o célebre Diplo (DJ estabelecido em Miami) inclui funk carioca em seus novos trabalhos.

É que o Rio de Janeiro continua sendo um dos berços sonoros do país. Do chorinho ao funk de favela, passando pela bossa nova ou o samba, o Rio transpira música. Embora tenha cedido muita importância vanguardista a São Paulo e Recife, do Rio partem bandas como Kassin+2, Pedro Luiz e a Parede (mistura de rock, samba e batucada), Los Hermanos (rock experimental), Funk'n'Lata (samba-soul, batucada) ou o DJ Marcelinho da Lua (drum'n'bossa). O hip-hop, por outro lado, é um dos filões de exportação do Rio de Janeiro. Marcelo D2, guru do samba-rap, arrasou depois de seu terceiro álbum solo (Meu Samba É Assim). Por sua vez, Bnegão se transformou em habitual na cena barcelonesa com sua mistura de hip-hop, rock e funk carioca.

São Paulo, som antropofágico
Em São Paulo quase todos os caminhos de vanguarda levam a um coletivo, Instituto (que passou pelo Sonar 2004). Esse quarteto descabeçado aglutina o máximo de experimentação: Mamelo Sound System (dub e hip-hop), Z'Africa Brasil, Flu (eletrônica) ou Bonsucesso Samba Club (pernambucanos, reggae+dub). O Instituto também produziu o mítico rapeiro Sabotage (assassinado em 2004). Lançaram duas impressionantes coletâneas gravadas em seu estúdio, Coleção Nacional (2004) e Coleta Seletiva (2006). Mas o forte de São Paulo é a eletrônica. House, techno, drum'n'bass. E seus novos filhos bastardos: drum'n'bossa, samba-house... Paradoxalmente, o pai da eletrônica paulista foi Suba, um sérvio morto em 1999. Suba é o autor do aclamado São Paulo Confessions e produziu a estréia de Bebel Gilberto, Tanto Tempo. Abriu caminho para artistas de vanguarda como Cibelle ou Katia B.

Suba revolucionou o som brasileiro. Ele serviu de inspiração para produtores que agora lançaram CDs solos, Bid (Sambas e Biritas) e Apollo 9 (Res Inesplicata Volans), muito recomendáveis os dois. A obra de Suba propiciou que alguém como Bruno E (um guru do nu jazz) fundasse a Sambaloco, referência da eletrônica brasileira.

Trama sound
A Trama (mais um selo independente) é outro responsável direto pela vanguarda paulista. Com um conceito urbaníssimo, periférico e contra-corrente, a Trama se transformou em um ícone. A ponto de ter organizado turnês européias para seus principais artistas: Max de Castro (figura indispensável), Wilson Simoninha (samba-soul contemporâneo), Jairzinho Oliveira (samba+eletrônica) ou Patricia Marx (nu soul). Da família Trama surgem nomes como Rapin Hood (samba-rap), Beat Choro (chorinho misturado com hip-hop) e o último bolaço brasileiro, Cansei de Ser Sexy, um conjunto quase adolescente que passou pelo FIB. É que São Paulo, a urbe canibal de Itamar Assumpção (artista de culto para as vanguardas, morto em 2003), sintetiza como nenhuma a mistura, o elogio ao bastardo, a fusão total. Triunfa o diverso, o diferente, como o rap periférico de Férrez ou Racionais MCs.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves


Preview

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de sexta, dia 24/08/2007

 

Quero deixar com vocês um trecho da entrevista que fiz com Geraldo Azevedo, de quem sou fã... hehehe. Pense num cara simpático e acessível. Consegui esse tête-a-tête, como se diz, depois de uma fila de 20 minutos (mais ou menos) em frente ao seu camarim assim que terminou aquele show na OAB. Fazendo uma crítica rápida... o show foi meio desanimado, macambúzio. Não pelo artista, mas a platéia estava meio fria... poucas pessoas cantavam junto com ele, mesmo nos sucessos estrondosos como "Sabiá" ou "Ai que saudade d'ocê", acho que o bis ele fez mesmo por gentileza... bom, vou parar por aqui se não falo de mais... até a semana que vem.

 





 

 

Seja apanhando um táxi lunar, mandando passarinhos cantar ou namorando platonicamente a moça bonita, Geraldo Azevedo marcou seu nome no cancioneiro da MPB. Nascido em Petrolina, no dia 11 de janeiro de 1945, o artista formou sua carreira em meio a grandes movimentos da música brasileira. Começou a tocar influenciado pela Bossa Nova, tinha amigos na Tropicália, freqüentou os núcleos da arte de protesto e engrossou o caldo da MPB com canções nordestinas-cosmopolitas. Suas composições atingiram várias telenovelas e sua sofisticação e lirismo são prova de que qualidade e popular podem andar juntos. De passagem neste mês por Teresina, Geraldo conversou com O DIA e falou sobre sua vida, Torquato Neto e o rio São Francisco - uma de suas maiores preocupações atualmente.

 

Quando você decidiu ser músico?
Olha, rapaz, eu sempre vivi com música; minha mãe sempre cantava, meu pai tocava muito violão em casa, eu tinha uns tios que tocavam e lá em casa tinha sempre aqueles saraus. Minha mãe era também professora (de música) e minha casa era uma escola. Em cada final de semestre, ela (mãe) preparava os alunos pra cantar, fazia uma espécie de musical. Então, ela foi incentivando a gente a viver com a arte, mas nunca incentivou ninguém a ser artista, não. Era mais essa coisa cultural. Só que eu fui pegando aulas de violão, me dediquei e decidi me tornar músico e tentar a carreira musical quando eu conheci a Bossa Nova. As harmonias que me conquistaram muito. Eu fiquei realmente obsessivo (sic) pelo violão. Eu lembro que minha mãe brigava muito dizia. ‘Mas, meu filho, vá brincar na rua, você vive o dia inteiro nesse quarto tocando esse violão’ (risos).

 

Qual era a sua idade, nessa época?
Eu tinha 15 anos, mas desde os dez eu já tocava.

 

Assim como para outros artistas, a sua grande referência foi o João Gilberto?
Ele era meu vizinho, rapaz! Eu era de Petrolina e ele de Juazeiro. Cheguei a conhecer João Gilberto ainda na visita que ele fez já depois de famoso. Cheguei a apertar a mão dele, conheci ele, Astrud Gilberto (esposa). Eu tinha 16 pra 17 anos e já tocava com um grupo de músicos que tinha lá chamado Sambossa, que era um grupo de dança, pra dançar né. Tocava samba, bolero, chachachá. Aquela coisa de música de baile. E todo mundo era doido pela Bossa Nova.

 

Foi aí que começou a sua carreira...
Até ali então eu não pensava em ser artista, não. Quando eu terminei o ginásio em Petrolina, não tinha como me preparar pro vestibular, fui pra Recife. Em Recife, enquanto eu estudava pro vestibular, eu  ia encontrando pessoas envolvidas com músicas em Recife. Naquele tempo era Naná Vasconcelos, era o pessoal do Quinteto Violado... Depois fui fazer uns trabalhos em Recife, na televisão, teatro e ainda tocava em bar. Foi então que a Eliana Pittman foi me ver tocar lá em Recife e ficou louca pra eu participar de um show dela lá no Rio.  

 



  • A entrevista completa você confere na edição de domingo, caderno metrópole, página sete, no Jornal O DIA ou na versão eletrônica, disponível no final da tarde de sábado em www.portalodia.com/jornal. Para baixar a página, basta fazer um clique duplo.

Música para ler

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de sexta, dia 18/08/2007

 

 


Esta semana gostaria de indicar três livros que muito me agradaram a leitura e me ajudaram a compreender melhor o cenário musical brasileiro. Lógico, que são leituras diferentes, autores diferentes, estilos diferentes. Mas são três livros supimpas e acho que bons para quem quer mergulhar nesse mundo fabuloso da MPB. Vou listá-los por ordem de acessibilidade de texto:


 


Noites Tropicais – Nelson Motta


 


A visão que eu tinha de Nelson Motta – e ainda conservo um pouco – é a de que ele é um bom vivant, muito simpático, por sinal, mas meio playboy e um tanto americanófilo... Essa imagem se modificou. Já vinha achando ele esquisito depois de ter produzido o show MTV da Daniela Mercury, descobrir que ele era parceiro do Lulu Santos e por entrevistas nas quais ele declarava amor à música eletrônica. Avançadinho, ele.


 


No livro Noites Tropicais o Nelsinho fala de suas memórias musicais, alucinógenas, amorosas e como ele esteve inserido no mundo da MPB desde a bossa até os anos 90. O texto de Motta é meio truncado no começo, mas flui imensamente no final. As fotos são muito bacanas históricas mesmo, sem contar no humor que recheia a publicação. É um boa leitura introdutória.


 


 


Chega de Saudade – Ruy Castro


 


Este livro relata, como o subtítulo sugere, “a história e as histórias da Bossa Nova”. Mas vai além, fala de artistas famosos de outras áreas, traçando um panorama da música tupiniquim da primeira metade do século XX.


 


Ruy Castro às vezes centra um pouco a narrativa em cima de João Gilberto – óbvio – sobretudo no início do livro, mas deixa escapar umas criticazinhas no meio, talvez pra mostrar que não se trata de um fã ardoroso.


 


O legal do livro é mostrar como um dos movimentos mais importantes do Brasil se formou, firmou, arrumou desavenças, perdeu o fôlego, voou para os Estates e ganhou o mundo – não necessariamente nessa ordem. É o primeiro dos três em ordem cronológica.


 


 


Verdade Tropical – Caetano Veloso


 


Bicho, esse livro aqui é bem doido. Primeiro porque fala da tropicália e da vida do Caetano, numa espécie de biografia – o que por si só já constataria um pouco de insanidade; depois porque é cheio de referências filosóficas e artísticas o que requer um background knowledge bem grande. De Andy Warhol a Bridgite Bardot, tudo passava pela cabeça caleidoscópica de Caetano.


 


O texto não é muito fluido, mas as passagens divertidas e meio confessionais prendem o leitor. E para os piauienses de bandeira na testa que queiram saber, ele fala bastante e elogia Torquato Neto ressaltando a sua importância ideológica no movimento, o que nos deixa ainda mais com a pulga atrás da orelha sobre o porquê do suicídio do nosso poeta-mor (falo de maneira geral). Fora as loucuras e aventuras vividas pelo grupo tropical.


 


Enfim...


 


Queria fazer apenas uma rápida resenha de cada um. Não posso contar o desfecho, porque esses livros ainda não acabaram. E olha que a história da MPB parece estar passando por um capítulo importante. Quem escreverá estas páginas? Já estou com vontade de ler...

Antes de SandyeJúnior virar definitivamente (?) Sandy e Júnior

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de domingo, dia 05/08/2007

 


Engraçado, me veio à cabeça a idéia de falar do MTV Sandy & Junior outro dia. (Gargalhada). É engraçado porque acho que nunca vi uma coluna mais ou menos séria (e é o que esta se propõe a ser, ou ao menos tenta hehehe) falar de Pop – a não ser que seja Prince, Madonna, Jackson ou esses bam-bam-bans que há séculos estão no showbizz. Ah, e não venha dizer que você não gosta de pop, que o pop é música comercial, coisa de alienado e aquelas coisas todas... não vou nem entrar nessa questão. E recomendo consumo de pop em doses normais (É muito mais engraçado que esse desejo repentino de falar sobre Sandy e Júnior o preconceito tacanho de achar que música “de festa” – não encontro outra denominação – como pop, eletrônica, forró, axé, sei lá o que mais, não pode ser bem feita, criativa ou inovadora... enfim, esses estigmas bobos – no pior sentido da palavra – que perseguem esses estilos musicais que como se pensa são “mais fáceis de fazer”).


 


O espaço pra se falar seriamente de pop nacional então, é quase inexistente, no meu entender. Porque se o pop mundial é sempre “uma porcaria”, o nacional então, é um sacrilégio! Eu acho interessante entender que nós temos pop sim, e pop bom. Ou você acha que o ‘P’ de MPB é outra coisa? Jorge Vercilo, Luciana Mello ou mesmo Djavan são muito pop, no meu entender do que essas três letras significam (Kelly Key, já é outra coisa... ).


 


Bom, mas vim pra falar de Sandy e Jr, não do pop nacional (que engloba outras coisas como Skank e Jota Quest – assumidamente pops - ou mesmo o Capital Inicial que é um pop enrustido – bicho, é esse bem o nome; não devemos esconder toda a história da banda e a importância no BRock, mas pelo menos o Dinho Ouro Preto quer ser quase, um heavy metal xiita fundamentalista, algo que acho que ele não é... sim, vamo voltar pro SandyeJunior que é menos estressante...)


 


SandyeJúnior, ou melhor, Sandy e Júnior – separado – estão em processo de divórcio na carreira musical, ou um afastamento (cês acham mesmo que dois irmãos vão deixar de trabalhar juntos, alguma vez? Vide os Caymmi...). Isso vocês já sabem. Sabem também que o acústico MTV vai ser o derradeiro, último, gran finale, pé-na-bunda-saideira-expulsadeira-etc-e-coisas-afins álbum juntos dos irmãos Lima (tem um grupo com um nome parecido, né?). Bom, esse trabalho começou assim: a dupla anunciou o fim da carreira em abril (mais ou menos, não lembro direito), o show foi gravado em junho último, e lançado (oficialmente, sem contar os vazamentos) em agosto.


 


Bicho é complicado falar de um artista que cresceu junto com você, e é o meu caso (tenho a idade da Sandy – certas coisas você não esquece...). Lembro muito (sem nostalgia, acredite) deles cantando Maria Chiquinha, Power Rangers, um pout-pourri do Beegees (que todo mundo nascido depois d’Os embalos de Sábado à noite’ escutou).



Ó a Maria Chiquinha...


 


Já que toquei nesse assunto, outro dia me lembrei do trecho da música dos Titãs “A melhor banda de todos os tempos da última semana” (do disco homônimo) que diz: “A melhor banda de todos os tempos da última semana/ o melhor disco brasileiro de música americana/ o melhor disco de todos os anos de sucessos do passado / o maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos” – desculpem se erro na letra, mas quero só trazer à tona um dado que todo mundo percebe: o sucesso de Sandy & Junior se baseia basicamente em regravações e versões de sucessos. Vejamos o acústico, das 21 músicas do CD, seis pelo menos são versões/regravações: No fundo do coração (Truly, Madly, Deeply do Savage Garden – essa banda tem um ótimo nome pra motel, hehehe), Inesquecível (Incancellabile/Inolvidable da Laura Pausini, se bem que a italiana já tinha gravado a versão em português no seu álbum “La mia resposta”), Quando você passa (Turuturu com a qual Francesco Renga e Giada, ganharam o terceiro lugar caategoria jovem no tradicional festival de San Remo), Com você (I’ll be there dos Jackson 5), Enrosca (que ficou famosa com Fábio Júnior) Super-Herói (do cantor Five for Fighting – nominho esquisito...).


 


Parêntese: vocês se lembram que em 2002 a dupla tentou engrenar uma carreira internacional? Uma música dessa fase também está no MTV: “Love never fails”, praticamente um blockbuster que teve versões em espanhol, francês, acho que até em português, brincadeira, mas só esse lance do português. Dessa época êxito mesmo eles só conseguiram de verdade na América Latina, até onde eu sei, eles foram muito bem no Chile. Mas como vocês sabem, de resto, não vingou.


 


Mas isso de regravar, fazer versões é natural, pelo menos desde que a indústria fonográfica existe. Aliás, isso é anterior À indústria desse tipo de arte-produto. Há relatos de que já se traduzia ditos populares de uma língua para outra há séculos, da Espanha para Portugal, por exemplo – não lembro o exemplo agora, me desculpem – por isso acho que com as músicas folclóricas não deve ter sido muito diferente. E praqueles que acham que isso só acontece no Brasil, deixe-me lembrá-los que a Bossa conquistou o mundo sendo cantada numa versão em inglês, o Reginaldo Rossi canta versões de músicas francesas e, pra não me estender muito, até o bom-chibom-chibom-bom-bom teve versão castelhana... (es que el de arriba, sube / y el de abajo, cae – algo assim). Também não vou falar de coisas tristes como uma versão de New York, New, York cantada em francês que escutei outro dia... ou de versões bacanas como “Não chores mais” que o Gilberto Gil fez pra música do Bob Marley. O fato é que, na minha modesta e sempre ácida opinião, a versão original é na imensa maioria das vezes melhor que sua pantomima. (Bicho, lembrei agora dessas bandas de forró que só vivem de versões, se não me engano uma das primeiras com isso foi a Limão com Mel (vou lembrar/ nosso amor para sempre, vou lembrar) , depois a Baby Som (meu grande amor/ minha estrela e o meu céu/ vem por favo-o-or/ eu quero provar do teu mel/ oh, meu grande amo-o-or (3X) – desculpem, não resisti... hahahahahashsahashash). Mas isso não quer dizer que ninguém deva regravar ou fazer versões. Eu, sinceramente, gosto desses álbuns de “som do barzinho” principalmente naqueles onde há interpretes que reinventam a música, seja versão ou regravação.


 


Me estendi pra voltar à Sandy e Júnior (ou me desviar deles... hehehe, brincadeira) e dizer que assim, o acústico MTV deles não figuraria nos meus discos – até porque já passe da idade e do peso (como diria o Faustão) para escutar a música da dupla, mas devo aplaudir a iniciativa dos dois irmãos em querer modificar ou melhor, fazer uma releitura da carreira. Ou melhor ainda, se refazer para tentar se lançar em carreira solo com sentimento de missão cumprida e negando a repetência da fórmula (versão, regravação, músicas melosas de forte apelo comercial) que eles tanto usaram a carreira toda (em menor grau nos últimos - três? -  anos, eu diria, dando o braço a torcer).


 


Os dois estão juntos (desde que o Júnior nasceu, óbvio) há 17 anos para cantar. Já juntaram milhões, ganham mais dinheiro que o pai Xororó há tempos, devem ter suas fazendinhas de gado com milhares de reses que eliminam gases e contribuem para o aquecimento global como dezenas de outras, enfim, já tão tranquilões em relação a grana. O que eles querem agora é ser reconhecidos pelo que fazem desde pequerruchos: música. Off: o Juninho tá com a banda Soul Funk (que deu um tempo pra ele sair com a irmã para a missão final da dupla e que curiosamente tem um repertório senão totalmente ou ao menos majoritariamente cover). Sandyzinha peleja nos palcos de casas grandes como o Credicard Hall fazendo concertos – sim, porque isso não é show (maldade gratuita... heheeh) – cantando repertório “adulto” – até canto lírico, é mole? – e caprichando na técnica para ser reconhecida como cantora mesmo. Os dois estão tentando e tudo indica que conseguirão ser músicos de verdade, independentes de marketing, tramóias econômicas midiáticas e das fórmulas (batidas) que eles usavam. O acústico pode ser o registro dessa passagem.


 


Sandy está mais contida na interpretação, não diria minimalista (tá meio longe), mas não faz tantos aqueles melismas costumeiros. O Júnior se arrisca a compor, canta, tem o dedo na produção dos arranjos além de tocar. Os fãs puristas talvez não gostem, mas muitas músicas estão completamente diferentes, com ritmos diferentes, como “Super-Herói” ou “Ilusão”; algumas passagens melódicas também foram modificadas. São realmente re-leituras. Tem música que acelerou, outra que tá com pegada de reggae e até a manjada “Enrosca” virou um bluszão da pesada com a participação de Ivete Sangalo – acusada, certa feita, de pedofilia por supostamente ter dado uns pega no Júnior (fofoca pra não perder o humor maldoso, hehehe).


 


Sim, participações. Além da baiana, o hermano-mas-dando-um-tempo Marcelo Camelo aparece cantando “As quatro estações”. Me perdoem a má palavra, mas foi um puta susto, de cair da cadeira. Parêntese: a canção começa totalmente Los Hermanos, inclusive harmonicamente, como se fosse uma das paradonas do álbum Quatro – será uma referência sem graça? – e depois vai pro rumo da animadinha versão do S&J – não consigo nem ouvir de tão pasmo que fiquei – será que ele se arrepende? Acho que não... (Pensei numa coisa agora... será que ele quer dar uma de Caetano Veloso? O será a Sandy que quer dar uma de Maria Rita e gravar música do hermano?) Mais esperto foi o Lulu “I fuck hate rock’n’roll” Santos que está na faixa “Você pra sempre (Inveja)” mas só tocando (!?).


 


O CD está também com três faixas inéditas. Eu destaco pelo simbolismo, a música composta pelo Junior: “Segue em frete” que fala de mudanças e tal; é um recado. As outras são “Abri os olhos” e “Alguém como você”.



Música nova "Alguém como você" no fantástico


 


Finalizando, os fãs deverão gostar e entender a mensagem que a dupla quer passar. Eles não negam o passado ou tudo o que foram (cantam até a Maria Chiquinha!) mas querem mostrar essa transição da sua música, uma ruptura nada abrupta, bem suave, talvez querendo que seus fiéis amantes os sigam nas próximas caminhadas. Sandy e Júnior querem, sobretudo, mostrar que cresceram e serem encarados como tal. Resta saber se os fãs crescerão junto e crítica vai vê-los de forma séria. O fato inegável é que eles estão tentando.


 


 







 


Como achava que ia falar mal da dupla, pedi pra minha amiga Biá Boakari pra escrever uma crítica positiva, pra balancear. Então vamos à ela:


 







 


Dando adeus a Genaro e Maria Chiquinha


Biá Boakari - para a Música


 


Juntos, Sandy & Júnior conquistaram milhares de fãs, de todas as idades e classes sociais. Agora, a dupla lança o cd MTV Acústico e se prepara para dizer adeus. Não, eles continuarão na música, só não serão mais “Sandy & Júnior”.


 


O cd acústico é uma despedida: dos fãs, da dupla, da segurança que trabalhar sempre no mesmo ritmo traz.


 


Se a maioria das canções são regravações, elas contam a história da dupla, começando pela faixa escondida, “Maria Chiquinha” (mesmo sendo alvo de piadinhas, a maioria das pessoas entre 20 e 24 anos já mandaram Genaro ir passear), passando por sucessos mais recentes, como “Inesquecível” e arrasando ao dar novas roupagens a músicas como “Enrosca”.


 


De inédito, somente “Alguém Como Você”, “Segue Em Frente” e “Abri os Olhos”. De bom, todas as músicas do álbum.


 


Júnior finalmente se afasta do microfone e curte os instrumentos, Sandy parece ter aprendido a usar sua voz com mais firmeza; infelizmente, os “uhhs” e “ooohss” continuam sendo dispensáveis.


 


O Acústico MTV é uma ótima maneira de se despedir de Sandy & Júnior, e, quem sabe, dar as boas vindas ao que vem por aí desses dois músicos tão talentosos.


 







 


Achei a minha mais positiva ainda que a da Biá... hehehe