domingo, 22 de junho de 2008

Coluna da coluna

Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de quinta, dia 04/10/2007

 

Olá, povo.

 

Li esse artigo/coluna/sei lá muito interessante sobre a volta dos que não foram na música e queria compartilhar com vocês. Vale uma reflexão. Até a próxima semana.

 

Falta de criatividade é bom negócio
 
Alexandre Xavier*
 

Se você não conquistou a possibilidade de comprar um ingresso para o retorno do Led Zeppelin, não fique achando que o mundo é seu inimigo. A chance de conseguir um ingresso era de menos de 0,5%. Funcionou assim: o fã da banda tinha de se inscrever num website (que entrou em colapso devido à imensa quantidade de visitas) pedindo o direito de comprar um par de ingressos. Nesta segunda-feira, após sorteio virtual, o sistema mandou um email para 20 mil felizardos que ganharam esse direito.


Já tem gente oferecendo £2 mil (quase R$8 mil) por um único ticket do show que ocorre em Londres no dia 26 de novembro. A reunião do Led Zeppelin chamou a atenção da Inglaterra inteira e acendeu uma luz na cabeça de muito pop star desempregado.


O Sex Pistols - cujos membros estão sempre precisando de dinheiro - anunciou um show de retorno no mesmo lugar em que o Led Zeppelin vai tocar (o O2 Arena) e se deu bem. Os ingressos vendidos a £37,50 (cerca R$140) se esgotaram em 10 minutos. A banda se animou e resolveu fazer mais dois shows em Londres e um em Manchester. A desculpa dessa mini-turnê é comemorar os 30 anos do álbum Never Mind the Bollocks.


O The Police também vai fazer uma 'reunion tour'. O The Verve também voltou (a exemplo do Sex Pistols fazendo mais shows do que o previsto por causa da enorme demanda por ingresso). E, sim as Spice Girls também se animaram e logo de cara anunciaram uma turnê mundial! As carreiras solos das cantoras mais pops da Inglaterra iam de mau a pior e a idéia de fazer um 'reunion' veio na hora certa (para elas, pelo menos). Os ingressos do show do dia 15 de dezembro em Londres se esgotaram em 38 segundos.


Com exceção talvez do Verve (que acabou prematuramente) e do Led Zeppelin, esses retornos das bandas quando não são oportunistas, são anacrônicos. O que conta ponto a favor do Led Zeppelin é que o grupo vai voltar a tocar junto uma só noite em homenagem ao cara que 'descobriu' a banda (Ahmet Ertegun, da Atlantic Records, que morreu ano passado) e o dinheiro do show vai para o Ahmet Ertegun Education Fund.


Jimmy Page diz que o Robert Plant não agüenta mais tocar Stairway to Heaven porque na hora do solo ele não tem o que fazer. Sem contar que a década de 70 já foi e Stairway to Heaven já deu o que tinha que dar. E o Johnny Rotten rouco, velho e carcomido cantando Anarchy in the UK, faz algum sentido? Nenhum. E, pior que isso, Spice up your life nunca fez nenhum sentido e o mundo já havia se livrado das Spice Girls. Por que as bandas preferem tocar o que já tocaram em vez de compor algo novo? Hoje é o que prevalece no showbizz: fórmulas já consagradas, mesmo que desgastadas, em detrimento da criatividade e da evolução.


*Alexandre Xavier é editor da revista JungleDrums (www.jungledrums.org) e escreve quinzenalmente direto da terra da Rainha e dos Sex Pistols

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