domingo, 22 de junho de 2008

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Carlos Lustosa Filho

Coluna semanal de sexta, dia 24/08/2007

 

Quero deixar com vocês um trecho da entrevista que fiz com Geraldo Azevedo, de quem sou fã... hehehe. Pense num cara simpático e acessível. Consegui esse tête-a-tête, como se diz, depois de uma fila de 20 minutos (mais ou menos) em frente ao seu camarim assim que terminou aquele show na OAB. Fazendo uma crítica rápida... o show foi meio desanimado, macambúzio. Não pelo artista, mas a platéia estava meio fria... poucas pessoas cantavam junto com ele, mesmo nos sucessos estrondosos como "Sabiá" ou "Ai que saudade d'ocê", acho que o bis ele fez mesmo por gentileza... bom, vou parar por aqui se não falo de mais... até a semana que vem.

 





 

 

Seja apanhando um táxi lunar, mandando passarinhos cantar ou namorando platonicamente a moça bonita, Geraldo Azevedo marcou seu nome no cancioneiro da MPB. Nascido em Petrolina, no dia 11 de janeiro de 1945, o artista formou sua carreira em meio a grandes movimentos da música brasileira. Começou a tocar influenciado pela Bossa Nova, tinha amigos na Tropicália, freqüentou os núcleos da arte de protesto e engrossou o caldo da MPB com canções nordestinas-cosmopolitas. Suas composições atingiram várias telenovelas e sua sofisticação e lirismo são prova de que qualidade e popular podem andar juntos. De passagem neste mês por Teresina, Geraldo conversou com O DIA e falou sobre sua vida, Torquato Neto e o rio São Francisco - uma de suas maiores preocupações atualmente.

 

Quando você decidiu ser músico?
Olha, rapaz, eu sempre vivi com música; minha mãe sempre cantava, meu pai tocava muito violão em casa, eu tinha uns tios que tocavam e lá em casa tinha sempre aqueles saraus. Minha mãe era também professora (de música) e minha casa era uma escola. Em cada final de semestre, ela (mãe) preparava os alunos pra cantar, fazia uma espécie de musical. Então, ela foi incentivando a gente a viver com a arte, mas nunca incentivou ninguém a ser artista, não. Era mais essa coisa cultural. Só que eu fui pegando aulas de violão, me dediquei e decidi me tornar músico e tentar a carreira musical quando eu conheci a Bossa Nova. As harmonias que me conquistaram muito. Eu fiquei realmente obsessivo (sic) pelo violão. Eu lembro que minha mãe brigava muito dizia. ‘Mas, meu filho, vá brincar na rua, você vive o dia inteiro nesse quarto tocando esse violão’ (risos).

 

Qual era a sua idade, nessa época?
Eu tinha 15 anos, mas desde os dez eu já tocava.

 

Assim como para outros artistas, a sua grande referência foi o João Gilberto?
Ele era meu vizinho, rapaz! Eu era de Petrolina e ele de Juazeiro. Cheguei a conhecer João Gilberto ainda na visita que ele fez já depois de famoso. Cheguei a apertar a mão dele, conheci ele, Astrud Gilberto (esposa). Eu tinha 16 pra 17 anos e já tocava com um grupo de músicos que tinha lá chamado Sambossa, que era um grupo de dança, pra dançar né. Tocava samba, bolero, chachachá. Aquela coisa de música de baile. E todo mundo era doido pela Bossa Nova.

 

Foi aí que começou a sua carreira...
Até ali então eu não pensava em ser artista, não. Quando eu terminei o ginásio em Petrolina, não tinha como me preparar pro vestibular, fui pra Recife. Em Recife, enquanto eu estudava pro vestibular, eu  ia encontrando pessoas envolvidas com músicas em Recife. Naquele tempo era Naná Vasconcelos, era o pessoal do Quinteto Violado... Depois fui fazer uns trabalhos em Recife, na televisão, teatro e ainda tocava em bar. Foi então que a Eliana Pittman foi me ver tocar lá em Recife e ficou louca pra eu participar de um show dela lá no Rio.  

 



  • A entrevista completa você confere na edição de domingo, caderno metrópole, página sete, no Jornal O DIA ou na versão eletrônica, disponível no final da tarde de sábado em www.portalodia.com/jornal. Para baixar a página, basta fazer um clique duplo.

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